quinta-feira, 17 de abril de 2008

TOME NOTA !

O processo de sucessão para os cargos de reitor e vice-reitor da Universidade constitui um importante momento para a comunidade universitária e a sociedade em geral, pois é uma oportunidade essencial para reapresentarmos e discutirmos reivindicações e temas, que deveriam ser tratados com responsabilidade no cotidiano da vida universitária.
Por isso os estudantes da UFMT consideram que a abordagem de tais temas deve ser prioridade, para todos os membros – estudantes, professores e funcionários técnico-administrativos - da comunidade universitária, que são partes fundamentais nesse processo.
A UFMT, assim como as demais Universidades Públicas, vêm sofrendo constantes ataques do Governo Federal, todos eles com o mesmo intuito: tirar a responsabilidade do Estado em oferecer ensino público, gratuito, de qualidade e jogá-lo nas mãos da iniciativa privada.
Dentro disso, e diante do processo eleitoral em curso na nossa Universidade, o Diretório Central dos Estudantes deliberou em suas instâncias não apoiar nenhum dos candidatos, visto que nenhum deles possui, com sua atuação prática e com suas posições políticas um compromisso com a defesa de uma UFMT democrática e promotora de ensino, pesquisa e extensão de qualidade e com referência social, pois não representam uma verdadeira ruptura com as políticas que há anos vêm sucateando e destruindo a universidade pública no Brasil,
A UFMT foi pioneira no processo de consulta para escolha de Reitor e vice-reitor.
Por lei a escolha seria feita pelo presidente da república. Mas as entidades representativas dos técnicos, docentes e discentes lutaram para reverter esse modelo, realizando, desde 1982, uma Consulta Informal à comunidade acadêmica.
A consulta possui moldes próximos aos de uma eleição formal, com a constituição de uma Comissão de Consulta, que coordena o processo, que ocorre com urnas e voto partidário, de peso 1/3 para cada segmento da comunidade acadêmica.
Os alunos têm a sua representação escolhida nas instâncias deliberativas do Diretório Central dos Estudantes, assim como os técnicos e professores também são delegados pelas instâncias de seus respectivos sindicatos.
O número de representantes dos estudantes na comissão são de até três, sendo que, atualmente, por motivos técnicos, apenas duas dessas cadeiras estão sendo ocupadas, por representantes, que se desdobram há meses, para garantir que o processo ocorra da maneira mais democrática possível. A participação dos estudantes na comissão guarda grande importância, pois, com o mesmo número de representantes, o mesmo peso das outras duas entidades nos votos, os estudantes primam pela garantia da continuidade do direito de escolha da nova gestão.
Atendendo a pedidos dos alunos de medicina, do quinto e do sexto ano, para disponibilização de urnas no Hospital Universitário Júlio Müller, onde passam todo o dia, os membros discentes da comissão requisitaram à Administração Superior, a lista com o nome desses alunos, para que eles possam votar no próprio HU.
Por irresponsabilidade da Administração da UFMT no fornecimento dos dados e na falta de informação sobre os mesmos, os residentes também do HU, estavam cadastrados como desvinculados da Universidade (assim como alunos do CEFET que fazem estágio na UFMT ).
E do mesmo modo como foi feito para os alunos de medicina, os residentes também tiveram seu pedido atendido e a comissão conseguiu detectar o problema dos dados, garantindo–lhes o direito ao voto.
Em sua última reunião ocorrida no dia 16/04, às 10h a comissão decidiu que convocaria a Administração Superior da UFMT a prestar esclarecimentos sobre os dados faltosos que repassaram à Comissão de Consulta.
Por isso, independente da escolha na eleição do próximo dia 18, todos nós, ESTUDANTES DA UFMT, precisamos assumir e ENCAMPAR A LUTA por nossas reivindicações e conhecer que as mudanças necessárias em nossa Universidade e na educação pública brasileira não virão com a simples mudança de nomes da Administração, mas somente virão através de nossa participação ativa em nossas entidades representativas – DCE e Centros Acadêmicos – e na LUTA permanente por nossas reivindicações!
Em reunião do CEB – Conselho das Entidades de Base – o DCE levantou, junto com os Centros Acadêmicos, pontos importantes, que foram reivindicações apresentadas pelo Movimento Estudantil durante toda a nossa gestão e, muitos, já históricos, para a elaboração do Programa dos estudantes para uma gestão de Reitoria que defenda a Universidade Pública!